quinta-feira, 24 de janeiro de 2008


O sorriso inocente de uma criança,
Devolve ao meu peito a tranquilidade perdida,
O sussurro da sua voz, me embala,
Nos seus braços me abriga.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

"Lágrima de Preta"


"Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.

Recolhi a lágrima
Com todo o cuidado
Num tubo de ensaio
Bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro
nem vestígios de ódio,
água (quase tudo)
e cloreto de sódio."

Rómulo de Carvalho ( António Gedeão)- 1906/1997

Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas

Visite o site www.museudeodrinhas.com e conheça a história do Museu e a sua exposição permanente “ O Livro de Pedra”, onde estão expostas uma vasta colecção de “pedras escritas”, desde a época etrusca à época contemporânea e com especial relevo na Romanidade e na Idade Média.

Para além de exposições constantes, o museu dispõe de, um Auditório, com uma lotação de 100 lugares que se destina a vastas actividades e uma Biblioteca que poderá receber em simultâneo 80 leitores e uma capacidade para 80 000 volumes. Tendo actualmente um terço desse volume.

Permanecerá até ao dia 2 de Março, a exposição temporária “O Embalsamamento Egípcio”, em homenagem a Rómulo de Carvalho, que escreveu o primeiro livro Português de egiptologia titulado “ O Embalsamamento Egípcio”.

O meu fascínio pela Arte Egípcia, levou-me a Odrinhas e em simultâneo a conhecer o Museu Arqueológico, o qual tenho que felicitar todos os seus responsáveis e o trabalho fantástico que desempenham ao permitirem a todos, os que o visitam, a testemunhar verdadeiras relíquias.
As peças expostas, derivado à sua antiguidade, e ás próprias intempéries, sofreram danos, alguns irreparáveis. È de louvar as acções de restauro, indispensáveis à sua exposição ao público.

A todos os intervenientes um bem-haja.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Falta de tempo....



Nos tempos que correm todos nós temos falta de tempo. A correria diária é demasiada, ou porque já saímos de casa em cima da hora e somos surpreendidos pelas filas indeterminadas de trânsito, ou porque chegamos ao colégio dos miúdos e a professora faz questão de falar connosco naquele preciso momento, e não pode esperar para a tarde, ou mesmo á chegada ao emprego nos telefonam a marcar uma reunião para daqui a 10m, na outra ponta da cidade, ou por mais 1001 desculpas, o tempo que nos sobra é mínimo.
Claro que depois de uma semana caótica, no fim-de-semana a vontade é mesmo de ficar em casa sem fazer nada, esquecer o relógio (objecto que eu abomino).
Depois deste cenário pouco animador, a última coisa em que se pensa é ir visitar uma exposição, conhecer um museu, ou simplesmente dar um passeio por Sintra, Vila muito procurada por turistas (e pela qual eu sou apaixonada), logo sinónimo de muita gente, confusão, barulho, por isso, o que nós queremos mesmo é distância!

Infelizmente a procura que os museus têm é muito pouca, a não ser por escolas, ou estudantes, e mesmo estes, visitam porque tem de elaborar algum trabalho. Claro que há excepções, poucas, mas há. Esta procura ainda é menor quando os museus se encontram fora das cidades ou em povoações pouco visitadas, e os municípios pouco ou nada fazem para promover os eventos.

O que não acontece no concelho de Sintra, onde é elaborado todos os meses, uma agenda cultural. E foi a partir da agenda cultural, de Janeiro, que descobri o Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, situado na Av. Prof. Dr. Fernando de Almeida, S. Miguel de Odrinhas, em S. João das Lampas. Como adorei o que vi, abro-vos aqui um pouco o apetite….

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Vou contar um segredo...



Com os anos vamos aprendendo a lidar com os dissabores da vida. A maior parte das vezes as maiores angústias e tristezas são provocadas pelo nosso coração, que nos trai tantas vezes.
São essas paixões que nos provocam insónias, pelas quais derramamos lágrimas e nos tira tantas vezes a vontade de viver.
Mas como nunca ninguém morreu de amor, erguemos a cabeça, enchemos o peito, limpamos as lágrimas e gritamos ao mundo que estamos vivos.
Existem outras paixões, que não nos provoca dor, mas nos enche de alegria.
Eu tenho paixões que deixei adormecer com o passar dos anos, são a essas paixões que me vou dedicar com a força que me agarrei a outras. E destas paixões não vou esperar, uma palavra de conforto, um ombro amigo, o mesmo amor que retribui, ou algum que seja, não me vão mentir. Mas sim, iram-me fazer sorrir, fazer feliz, sentir VIVA.

As minhas paixões: O mar; a pintura; o oculto; a leitura; o mistério; os castelos; as lendas; os moinhos; … e tantas outras.

Pôr-do-Sol iluminado



A floresta que percorri, não tinha os mesmos ramos, as folhas eram ásperas e magoavam o meu corpo despido.
Nos ramos que tropecei feri-me, a nuvem que levantei cegou-me.
Percorri os trilhos sem saber a direcção que seguia.
Senti o calor no meu corpo, mas era os raios de sol que entre as folhas que aqueciam.
O sopro que me alertou foi o vento, que com ternura me beijou o rosto molhado.
O cheiro? Esse nunca o senti, pois as forças, as poucas que me restavam foram levadas pelo vento...
Não! Não acordei! Não era um sonho!!

O Cabo da Roca


O Cabo da Roca, com uma altitude de 140 metros acima do nível do mar, faz parte da costa marítima portuguesa, localizando-se na freguesia e Colares, no concelho de Sintra e distrito de Lisboa.


As suas coordenadas geográficas situam-se nos 38º47' de latitude norte e nos 9º30' de longitude oeste, pelo que o tornam como o ponto mais ocidental do continente europeu, ou, como escreveu Luís de Camões, o local “Donde a terra se acaba e o mar começa” (1)


Um padrão em pedra com uma lápide assinalam esta particularidade geográfica a todos quanto visitam este local. A sua flora é diversa e, em muitos casos, tem espécies únicas, sendo objecto de vários estudos que se estendem, igualmente, à geomorfologia, entre outros.
Estando inserido numa zona de fáceis acessos e de grande afluência turística, são inúmeras as pessoas que o visitam.


Tornou-se num ponto de encontro quase obrigatório dos apaixonados condutores de 2 rodas (com motor). Ao Domingo, logo pela manhã, é fascinante a quantidade de motos que se aglomeram em tão pequeno espaço. O convívio entre amigos, ou simples estranhos e meros curiosos é contagiante.


A quem não conhece, não perca a oportunidade de visitar, mesmo sem mota. A paisagem é indescritível, a tranquilidade intransmissível e a paz de espírito…!


(1) Luís de Camões “Os Lusíadas” Canto VIII - Estrofe 78
“Que mande da fazenda, enfim, lhe manda,
Que nos Reinos Gangéticos faleça;
Se alguma traz idónea lá da banda
Donde a terra se acaba e o mar começa.
Já da real presença veneranda
Se parte o Capitão, para onde peça
Ao Catual, que dele tinha cargo,
Embarcação, que a sua está de largo.”

Olhar.....


fitar os olhos em; alguém que me faça sorrir,

encarar; a vida sem medo,

fazer por ver; alguém especial, tu

mirar; o mundo, e o que existe para além dele,

contemplar; um simples sorriso

observar; as pequenas coisas

notar; a ingratidão dos outros

atender a; todos os verdadeiros amigo

cuidar de; mim

julgar; as minhas atitudes

ponderar; sempre, a cada passo da vida…

Perdida nos meus pensamentos te oiço, mas uma brisa que corre e percorre os meus braços nus, me devolve à realidade.
Aqui estou eu de olhos postos em ti, como se fosse a primeira vez.
A tranquilidade que transmites acalma a dor que aperta o meu peito. A tua força me obriga a agarrar a vida. A tua grandeza me mostra, que existem muitos caminhos a percorrer, e nunca nada está perdido.
Estendo-te a mão e tu beija-la com ternura, como um pai que beija uma filha assustada.
Corro pela areia fina, descalça, que tu abraças vezes sem conta, como se te pertencesse.
Sinto um arrepio quando envolves os meus pés. Mas sem medo, corro para ti e naufrago nos teus braços, com saudade.
Quando me devolves à superfície, sinto os raios de sol a infiltrarem-se na pele, como se a protegerem-me do frio.
Reflectes nas águas calmas a cor do céu, que se interlaça em ti na lonjura do horizonte, aí são um só.
Num único embalo devolves-me à terra, que por mais dissabores me traga, é aí que pertenço.
Acato as tuas ordens, sem pestanejar. Cubro o meu corpo molhado e me afasto com tristeza.
Do cimo da duna, olho pela última vez para a tua imensidão, as lágrimas que correm do meu rosto te dirão o quanto te amo, a saudade que sinto ao ter que te deixar. Mas conforto-me, na certeza que quando teu colo precisar, o mesmo percurso percorrerei e nas tuas profundezas me abrigarei.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008



Por esses Oceanos!

Quantas vidas tiras?
Quantos corações despedaças?
A quantas lágrimas obrigas?


Por esses Oceanos!
Quantos sonhos realizas?
Quantas histórias te confessam?
Quantas tristezas alivias?

Por esses Oceanos!
Quantas vidas alimentas?
Quanta fome sacias?
Quantas terras abraças?
Quantas mãos beijas?

Por esses Oceanos!
Quantos poetas inspiras?
Quantas histórias contas?
Quantos pensamentos se perdem?
Em quantas telas te encontras!?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Bob Ross - A Técnica Wet-on-Wet


“No início dos anos 80, Bob Ross aprofundou uma técnica secular de pintura chamada “wet-on-wet”. Com anos de experiência em várias técnicas, Bob Ross® conseguiu especializar-se na pintura a óleo criando tintas, primários e pincéis próprios, que permitiram alcançar algo que até então era muito difícil: fazer com que qualquer pessoa consiga pintar um quadro a óleo com resultados muito satisfatórios logo à 1.ª tentativa!
Os resultados foram tão bons que rapidamente Bob Ross foi convidado a fazer um programa na televisão nos EUA intitulado The Joy of Painting em que em menos de 30 minutos pintava um magnífico quadro a óleo. O programa teve um sucesso imeditato (ainda hoje é o programa de arte mais visto em todo o mundo) e com ele milhares de pessoas começaram a exprimentar a técnica desenvolvida por Bob Ross e descobriram que, de facto, também elas conseguiam pintar!”

Manuel Maria Figueiredo é o 1º Instrutor em Portugal, habilitado para dar aulas desta fantástica(assim parece) técnica de pintura.

È pintado um quadro completo a óleo s/ tela, em cada aula. Esta tem a duração de 6 horas, é fornecido todo o material, isto tudo pela quantia de €60,00. Ao preço a que estão os materiais, a meu ver, não é caro.

Aos amantes da pintura, ou aos meros curiosos, visitem o site http://www.mypintarfacil.com/.

Por agora, só estou a vender o peixe que me venderam, mas já me inscrevi numa aula. Portanto, assim que tiver o prazer de experimentar, conto tudo e mais vem para aqui a minha obra de arte.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Saudade

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
è recusar um presente que nos machuca,
è não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
è a dor dos que ficaram para tràs,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

(Pablo Neruda)